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Coluna do CEO
Como as Big Techs usam a hiperconectividade para reprogramar o mundo — E o que podemos fazer sobre isso
Por Daniel Vidigal, CEO da Ivory
Vivemos a era da hiperconectividade. Estamos online o tempo todo: no trabalho, em casa, no trânsito, no lazer. A promessa era simples — tornar tudo mais rápido, mais prático, mais eficiente. Mas o que aconteceu foi algo mais profundo. Silenciosamente, a hiperconectividade se tornou uma arquitetura de controle.
O poder invisível das Big Techs
As grandes empresas de tecnologia — Google, Meta, Amazon, Apple, Microsoft — não apenas conectam pessoas. Elas definem os termos dessa conexão. São elas que projetam os caminhos pelos quais pensamos, decidimos e até sentimos.
Essas plataformas não precisam mais da nossa permissão. Elas já estão dentro dos nossos hábitos, transformando cada gesto digital em dado, cada rotina em padrão de consumo. O que elas vendem não é mais tecnologia. É adesão, previsibilidade, comportamento quantificado.
A lógica é clara: quanto mais tempo conectado, mais previsível você se torna. E quanto mais previsível, mais fácil de ser explorado por sistemas de recomendação, anúncios, modelos de IA e estratégias comerciais baseadas em dados.
A inteligência artificial não está neutra
Com a ascensão da inteligência artificial generativa, essa dinâmica se intensifica. Agora, não é só você quem pesquisa. A IA antecipa. Ela sugere antes que você pergunte, decide antes que você pense. A linha entre o que você deseja e o que foi induzido por um algoritmo se torna cada vez mais turva.
Quando tudo é personalizado, o inesperado desaparece. E com ele, a liberdade real de escolha. O que parece conveniência, muitas vezes, é uma camada invisível de controle comportamental.
É possível redefinir o jogo?
Felizmente, há outro movimento acontecendo. Ainda tímido, mas crescente. Líderes empresariais, gestores de tecnologia, consultores estratégicos e times de inovação começam a questionar essa lógica concentradora. Começam a perguntar: é possível desenvolver soluções digitais com ética, transparência e propósito?
Essa é a pergunta que deveria guiar toda transformação digital hoje.
O problema não está na tecnologia em si, mas nas estruturas que a sustentam. E isso inclui o modelo de dados, as intenções por trás dos sistemas e a governança sobre a automação. Quando uma empresa decide revisar esses pilares, ela deixa de ser apenas usuária de tecnologia e passa a ser protagonista do futuro digital.
O papel da inteligência com propósito
Na Ivory, acreditamos que a verdadeira transformação não se limita à adoção de IA, automação e cloud. Ela exige arquitetura estratégica. Exige decisões conscientes sobre como dados são tratados, como processos são orquestrados e como os sistemas aprendem com os usuários — sem explorá-los.
Inteligência artificial só é valor quando está conectada à inteligência humana. E só é sustentável quando opera com transparência e propósito.
Um novo ciclo de responsabilidade digital
Se toda empresa será uma empresa de dados, a pergunta que realmente importa é: para quem sua IA trabalha?
Se a resposta for “para os usuários, clientes e comunidades que você serve”, então há um caminho possível — um caminho onde tecnologia e ética não são opostos, mas aliados.
Na nova economia digital, vencer o jogo não será apenas questão de velocidade ou inovação. Será uma questão de intenção.
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