Tesla, temos um problema: a porta não abre
Quando o hype de produto encontra a parede da realidade e da regulação
Tesla é sinônimo de disrupção, inovação e design “de outro planeta”. Mas até as estrelas tropeçam… às vezes, em algo tão banal quanto uma maçaneta.
Recentemente, a China decidiu que carros vendidos no país precisam ter maçanetas externas e internas mecânicas. Aquelas que você puxa com a mão, sem depender de sensores, motores ou magia digital.
Motivo? Segurança.
Porque no meio de um acidente, se a porta não abre, o “futuro” vira armadilha.
O que parecia inovação virou risco
As famosas “maçanetas embutidas” da Tesla, ícones de seu design futurista, estão agora no centro de uma reformulação forçada. Em alguns modelos, relatos mostram que passageiros presos precisaram quebrar janelas para sair.
E não é só um caso isolado: – A China está regulando. – Os EUA investigam. – A confiança do usuário está balançando.
O impacto vai muito além do design
Voltar a usar maçanetas tradicionais implica mais do que um ajuste estético. É uma avalanche operacional:
- Redesenho de hardware: layout interno, sensores e acabamento mudam.
- Reengenharia de produção: novos fornecedores, novos testes, novos prazos.
- Desgaste de marca: o que era símbolo de inovação agora soa como imprudência.
Tudo isso por causa de um “detalhe” — que deveria ter sido validado sob a ótica mais importante: a do usuário final em risco.
O real dilema de quem lidera produto
Essa história da maçaneta da Tesla é só a ponta do iceberg. Ela revela um dilema recorrente em tech e produto:
Você está construindo para o aplauso… ou para aguentar o tranco?
Em outras palavras:
· Seu produto “cool” funciona no mundo real?
· Você considera o que o cliente faz sob pressão, não só o que ele clica no demo?
· Sua estratégia tem plano B regulatório ou vive no “depois a gente resolve”?
Menos hype, mais responsabilidade
Inovar é preciso. Mas sem contexto, inovação vira vaidade com prazo de validade. E às vezes, o diferencial competitivo mais relevante não é IA generativa, onboarding gamificado ou design invisível.
É só uma porta que abre.
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