A invasão da Record News é só o trailer do que pode acontecer com qualquer empresa que ignora segurança digital
Por Daniel Vidigal, Fundador e CEO da Ivory.
Na madrugada do dia 29 de julho, um fato insólito chamou a atenção: o sinal da Record News foi invadido. Durante dois minutos, um vídeo estranho ocupou a programação. Um boneco com cabeça de TV, trilha sonora inquietante, símbolos visuais misteriosos e uma mensagem final: “O fim chegou. Você foi avisado.”
A produção era profissional, o ritmo do vídeo parecia planejado e o impacto foi imediato. Foi uma invasão com propósito — e não um erro técnico qualquer.
Teorias conspiratórias e mensagens cifradas
Imediatamente, a internet fez o que sabe fazer: especular. Surgiram teorias de todos os tipos. Alguns disseram que era um protesto hacker contra a concentração de mídia. Outros apontaram para uma performance artística crítica ao excesso de vigilância digital.
Teve quem ligasse o caso ao Cicada 3301, um famoso enigma da deep web que envolvia desafios criptográficos. E claro, não faltaram as clássicas menções a profecias apocalípticas, manipulação de frequência e mensagens subliminares.
Independentemente da teoria, o ponto mais relevante é: alguém conseguiu invadir o sinal de uma emissora nacional com um vídeo criptografado e simbólico. Isso não acontece por acaso. Isso acontece porque havia uma brecha.
O alerta invisível para empresas digitais
Esse não é apenas um episódio bizarro da televisão brasileira. É um alerta direto a qualquer empresa que dependa de tecnologia para operar. Se uma emissora de TV pode ser invadida com tamanha sofisticação, imagine o que pode acontecer com sistemas menos preparados, aplicativos, plataformas de dados ou serviços digitais.
Aqui na Ivory, repetimos uma máxima incômoda: segurança digital não é opção técnica. É estratégia de sobrevivência.
Cultura de segurança: o diferencial invisível
Na maioria das empresas, segurança ainda é vista como projeto de TI, com orçamento limitado e foco em auditorias pontuais. Mas a realidade é outra: quem não trata segurança como parte da cultura, está construindo tecnologia em terreno instável.
A proteção de dados, a integridade dos sistemas e a blindagem da reputação precisam estar no centro da operação — e isso começa na liderança. Uma decisão de produto sem segurança é uma decisão mal-feita. Um sistema vulnerável é um passivo disfarçado de inovação.
O que a invasão da Record News realmente nos ensinou
Você não precisa entender os códigos do vídeo para captar a mensagem principal: tudo que é digital pode ser usado contra você — inclusive a narrativa.
Se você não estiver preparado, se sua estrutura não estiver bem desenhada e sua equipe não tiver cultura de prevenção, você vira figurante da própria crise.
E no mundo da automação, da IA e da hiperexposição, quem controla a tecnologia, controla o enredo. Quem não controla, assiste o próprio nome virar manchete.
Como se proteger sem cair no pânico
- Faça auditorias recorrentes de segurança
- Trate segurança como parte da experiência do produto
- Tenha planos de resposta a incidentes bem definidos
- Invista em cultura digital e capacitação da equipe
- E mais importante: leve o tema à mesa do board
A invasão da Record News não foi só um susto. Foi uma provocação inteligente. Um lembrete simbólico — e sombrio — de que a confiança digital é frágil. Que proteger dados, reputação e continuidade operacional é responsabilidade de quem lidera.
Na Ivory, defendemos que tecnologia sem segurança é só uma promessa vazia. E empresas que entendem isso saem na frente. As outras? Correm o risco de aparecer no próximo vídeo misterioso.
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