Metanol no copo, dados fora do radar: o Brasil ainda não entendeu o que é rastreabilidade

Por Daniel Vidigal, Fundador e CEO da Ivory.

O escândalo da adulteração de bebidas expõe a distância entre o discurso de controle e a prática operacional das cadeias críticas.

Enquanto o consumidor rastreia um pacote da China com três cliques, um litro de bebida adulterada cruza o Brasil sem deixar rastro. E o que era para ser exceção virou tragédia anunciada.

O recente caso de mortes causadas por metanol em bebidas supostamente “regulares” escancara uma verdade incômoda: a rastreabilidade no Brasil é frágil, fragmentada e frequentemente falsa.

Não por falta de tecnologia. Mas por falta de decisão.

O risco não está no crime. Está na cadeia que finge que controla.

Sim, o metanol é inserido por organizações criminosas. Mas ele só chega ao consumidor porque os sistemas que deveriam bloquear, não bloqueiam.

A cadeia falha quando:

  • Lacres fiscais são tratados como garantia de origem
  • Sistemas logísticos operam sem cruzamento com dados de produção
  • Transportes circulam sem monitoramento real
  • Distribuidores não validam o histórico do que recebem
  • O varejo não sabe de onde vem o que vende

Essa é a anatomia de uma cadeia cega: cada elo olha apenas para o próprio pedaço e torce para que tudo corra bem.

O que rastreabilidade precisa ser (mas ainda não é)

Rastreabilidade não é um adereço tecnológico. É uma infraestrutura crítica de confiança, especialmente em cadeias que lidam com saúde pública, alimentos, medicamentos e bebidas.

Rastrear de verdade significa:

  • Saber de onde veio, por onde passou e o que foi feito com cada lote
  • Ter registros automatizados, invioláveis e integrados entre sistemas
  • Permitir reação imediata diante de desvios — não em semanas, mas em minutos
  • Conectar todos os elos da cadeia com responsabilidade compartilhada

Sem isso, o controle é uma ilusão. E a ilusão custa caro em reputação, em processos judiciais, em vidas perdidas.

Quem lidera, assume o risco. Ou o controle.

Esse episódio deveria encerrar de vez a discussão sobre rastreabilidade como “projeto futuro”.

Se você lidera uma cadeia de fornecimento, produção, distribuição ou consumo crítico e ainda depende de controle manual, sistemas isolados e validação visual, o risco está dentro da sua operação.

E ele não é abstrato. É mensurável, concreto e, como vimos, letal.

O que empresas maduras estão fazendo agora.

Na Ivory, trabalhamos com cadeias logísticas, farmacêuticas, alimentícias e industriais que já entenderam o seguinte:

  • Visibilidade total da cadeia é pré-requisito para qualquer operação séria
  • Sistemas precisam conversar, não apenas funcionar isoladamente
  • Alertas precisam ser acionáveis, com plano de resposta definido
  • Tecnologia precisa ser rotina, não exceção

Empresas que tratam de rastreabilidade como parte da arquitetura de negócio conseguem reagir antes da crise. As outras viram manchete.

A pergunta que toda liderança deveria se fazer.

Você sabe onde está o risco na sua cadeia agora?

Se a resposta demora mais que alguns segundos, a cadeia já está vulnerável.

Quer saber como a Ivory ajuda empresas a rastrear de verdade, com tecnologia aplicada e processos robustos?

Fale com a gente. A rastreabilidade começa com decisão, e se fortalece com execução.

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