A Nova guerra fria da IA: Amazon vs. Microsoft vs. Google

Por Daniel Vidigal, Fundador e CEO da Ivory.

Enquanto você escolhe qual modelo de IA usar, os gigantes da tecnologia já estão escolhendo o que fazer com seus dados.

Todo mundo fala em inovação. Mas poucos percebem que, nos bastidores da IA generativa, está rolando uma guerra fria entre Amazon, Microsoft e Google. E não é uma disputa por performance ou features. É uma briga por dados, controle e dependência estratégica.

Se você acha que está adotando IA, a verdade é que você pode estar entregando seu core de dados e decisões a quem dita as regras da infraestrutura. A batalha já não é mais sobre qual IA é melhor. É sobre quem controla quem no final da cadeia.

As big techs estão gastando bilhões e não é em inovação para você

Segundo o Financial Times, os investimentos combinados em IA pelas grandes empresas de tecnologia devem ultrapassar US$ 364 bilhões até 2025. Esse dinheiro não está indo para melhorar sua experiência como usuário. Está indo para criar infraestrutura de dominação.

Amazon domina aproximadamente 30 por cento do mercado global de cloud. Microsoft vem em seguida, com cerca de 20 por cento. Google segura modestos 13 por cento.

Eles não vendem IA. Eles vendem o acesso aos seus dados, via contratos, APIs e caixas-pretas.

Os dados são seus até eles decidirem o contrário

Plataformas como Anthropic já pagaram bilhões por treinar modelos com conteúdo protegido por direitos autorais. Isso levanta uma pergunta incômoda: se nem os dados usados para treinar a IA são limpos, como você garante a integridade da sua operação?

Agora pense. Se sua empresa alimenta modelos de terceiros com dados sensíveis, sem visibilidade ou controle sobre o uso futuro, quem está construindo o diferencial competitivo de quem?

Três riscos que todo líder técnico precisa encarar

Primeiro: a dependência estrutural. Ao centralizar tudo em um único provedor, você perde margem de manobra e cria um risco sistêmico.

Segundo: o risco de compliance e reputação. Um erro em IA não é só técnico. Pode expor dados, gerar vieses e causar danos jurídicos sérios.

Terceiro: a falta de governança real. Quem define como os modelos operam e evoluem? Se não for você, então você está fora do jogo.

O que fazer agora? Quatro movimentos estratégicos.

  • Assuma o controle dos seus dados. Invista em governança séria, organize suas informações com inteligência e garanta que o uso seja baseado em consentimento claro e rastreável.
  • Exija transparência de quem fornece tecnologia. Questione, investigue e pressione até ter visibilidade real sobre como seus dados são processados, armazenados e utilizados por cada modelo.
  • Não se prenda a um único caminho. Evite amarras tecnológicas, aposte em soluções diversas, use multicloud de forma estratégica e escolha arquiteturas abertas que te deem liberdade.
  • E principalmente, prepare sua liderança. Inteligência artificial não é um assunto técnico. É uma pauta central do conselho, da diretoria e da visão de longo prazo da empresa.

Ou você lidera ou será liderado pela IA dos outros

A nova corrida da inteligência artificial não é sobre quem tem o modelo mais bonito. É sobre quem comanda as decisões automatizadas, os dados que as alimentam e as narrativas que moldam o mercado.

Quando você terceiriza tudo, também entrega sua capacidade de inovar, proteger sua operação e crescer de forma sustentável. Tecnologia que não está sob seu controle estratégico vira apenas um custo com cara de inovação.

No fim do dia, ou você está programando o futuro, ou está sendo programado por ele.

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