A queda da AWS expôs um erro clássico de gestão.

A queda da AWS expôs um erro clássico de gestão. E que não tem nada a ver com código

Por Daniel Vidigal, Fundador e CEO da Ivory.

No último episódio de caos digital, a AWS — backbone invisível da internet — caiu. Sites, apps, jogos, dispositivos conectados… tudo fora do ar.

O motivo técnico? Um bug de DNS.

Mas o que chamou atenção foi o contexto estratégico: Poucos dias antes, a Amazon demitiu centenas de colaboradores. A justificativa? IA e automação dariam conta do recado.

Não deram.

Resultado direto:

Falha crítica nos serviços
Clientes no escuro
Reputação afetada em escala global

Mas o impacto real vai além da tecnologia. Ele aponta para uma decisão que tem se tornado comum e perigosa.

Substituir pessoas por IA sem transição é um risco de negócio, não uma economia

Não faltam discursos sobre eficiência, escalabilidade, produtividade.

Mas o que falta, muitas vezes, é um entendimento real de resiliência operacional.

Quando a IA falha (e ela vai falhar), quem segura a operação?

O valor invisível do conhecimento de bastidor

Aqueles profissionais que sabiam onde a corda arrebenta? Que já viram aquele mesmo bug “acontecer do nada” antes?

Eles não estavam mais lá.

Esse tipo de conhecimento não está no manual, nem em dashboards. Tem nome: experiência. E não tem prompt ou script que replique isso.

IA não substitui. IA amplifica

Desde que quem entende da operação continue na sala. Automação não é solução mágica. É ferramenta poderosa, quando bem usada — e bem acompanhada.

Para líderes e executivos, fica o alerta:

Eficiência sem resiliência é ilusão.
Demissões sem avaliação de risco são corte cego.
Transformação sem preparo humano é sabotagem disfarçada.

Transformar é necessário. Mas liderar transformação exige mais do que hype. Exige estratégia, senso de realidade e coragem para manter quem realmente segura o sistema quando a IA tropeça.

Cuidado para não desligar a equipe, e junto com ela, a sua própria operação.

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